quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Phebo

Como explicar essa minha obsessão? É, obsessão, a palavra que eu passei mais ou menos 9 meses pra descobrir a definição, digamos, literal (ou seria física?). Um pulsar dentro de mim, pelos corredores em que as minhas veias se confundiam com os produtos do supermercado e cada vez mais cansada do fedor que as lembranças exalavam junto com cheiro forte de tantos sabonetes que eu colocava no carrinho pra levar pra casa. Jhonson, Lux, Nivea, Protex, quantas marcas? São tantas que eu já possuo dentro de mim que é quase difícil decorar as dos produtos, são tantas que eu me martirizo a lembrar desde que você se foi que eu também me confundo com um produto, o resultado da nossa “história”, mas assim como o seu cheiro, tem aquela que eu não sou capaz de esquecer: Phebo. Marcos Santiago foi mesmo inteligente, deixou nuances da nossa história desde a década de 30, porque, convenhamos, o coitado não sabia que acabara de inventar o aroma da nossa, da tua, existência em mim. O cheiro da nossa insanidade em se querer o tempo todo desmedidamente, o cheiro teu que fica em mim quando eu me vou, o cheiro que me faz lembrar o tanto que eu reclamo da tua mania em deixar sempre a tampa do vaso levantada enquanto guarda a tua escova no mesmo ambiente.  Onde me guarda e me esconde ao mesmo tempo. Mas não reclamo. Já me mostrastes demais, já me mostrastes ao mundo e ele a mim. Então vem tomar mais um banho enquanto eu uso o sabonete como desculpa pra te levar pra casa, mesmo que seja em cheiro.  

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