Pra não dizer teu nome em vão
Me lanço ao inferno, feito Ícaro
Asas fabricadas de mágoa e cera
esperançadas através de olhos de suor
que agarram e se lançam para a indecifrável
centralidade divina de tua íris,
Oceânica
Elo perfeito entre a terra e o céu
Tudo que és me joga ao abismo
Ao pertencimento de lugar nenhum
Não me situo em teus dias frágeis
em teus laços frouxos, sem cor
Sem lados
Vasculho o vento de tuas profecias
baratas
Ascendo em massas cruéis,
me sinto em faíscas,
Em chamas que chamam em todos
os cantos por tua
manifesta voz
Por tuas velhas memórias
cinzas,
Pelo suave penar em
me fazer celeste,
em me trazer de volta as delicadas asas
douradas
Dobradas
que hoje repousam entre
minhas dolorosas mãos de bronze,
Lembranças de ferro
Quando me atiro, é
Metálico
O sabor barato entre
os teus lábios
Essa é a lembrança
mais clara
e suja
dos dias desérticos
que me oferecestes
dentro dessas águas
que pesam
minha consciência envolta
por penas
Espírito livre
afogado
Pela tua abstração.
0 comentários:
Postar um comentário