quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A sós.


Na maioria das vezes o começo é o mais fácil de explicar. As coisas vão tornando-se complexas à medida que as descobertas são mais nítidas, mais consistentes e exigem de nós certo cuidado, certa discrição. O fato é que isso ocorre na maioria das vezes e não sempre. E hoje, é um dos dias que escapa a regra do convencional, tornando o começo difícil, afastando a linha de partida do racional, daquilo que é mais cômodo e carrega consigo a segurança monótona de tempo durante o qual o sol alumia o horizonte. Uma estratégica mudança de meio. Meio estranha. Meio cheia demais que tomou conta de alguma coisa dentro do meu corpo e fez questão de anunciar que não iria mais embora, que ficaria pra tornar-me sozinha em dois. E não foi preciso mais do que dois dias para eu dar-me conta que esse acontecimento me fez bem, talvez uma satisfação que eu não me permitiria conhecer se não tivesse sido puramente surpreendida em algumas horas da madrugada, ou seria da noite? Na verdade, momentos incomuns como estes são deveras chamativos para serem analisados cronologicamente. Lógica é última ciência que passa pelos sentidos quando sentimos a presença solitária do conjunto, de algo (ou alguém) que não permite limitações de minutos quando o que se quer é ouvir uma voz (mesmo que um pouco cansada) e não faz distinção entre momentos bons e tortuosos porque simplesmente os desconhece quando observa através de outros olhos. Uma visão solitária que agora também é sua e que não precisa da observação do mundo inteiro pra ser real. Livremente real. Inocentemente pura e real.


“ Sempre me senti sozinha, mesmo entre vários, centenas, milhares de seres humanos. É como se uma camada furta-cor me impedisse de mostrar as cores tímidas do meu ser, pra ser sincera esse desvio de luz que tocava meu corpo opaco sempre foi uma forma de proteção que me fazia aparentemente melhor. Eu continuo assim, o que realmente mudou foi que enfim eu consegui enxergar o espelho por onde todos os raios, em algum momento, sempre me tocam. Um espelho tão solitário quanto eu, e mais incrível do que eu poderia imaginar.’’

4 comentários:

Amanda Letícia disse...

amo isso,*-*
teu prólogo ta perfeito

Anônimo disse...

Oie Querida!!!
Obg pelo comentario.!!
Quando tiver tempo eu leio seus lindos textos!!!
BjUh.
Obg por me seguir!!!

Patrícia Melo disse...

Obrigada.

Ahm, notei que você (assim como eu) gosta de terminar seus textos de formas bem poéticas.
Amo demais isso ^^

Italo Stauffenberg disse...

Sam, e o ano como foi? Fez vestibular? Como foi? Conta! Vai pra UFMA?1

'-'

Lindo seus textos, como sempre!

Sucesso!

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