domingo, 8 de maio de 2011

Sonho 200 milhas

Acordei com uma vontade de viajar, pra bem longe, pra onde nada além do vento pudesse alcançar os fios de cabelo que cobrem minha visão e me fazem enxergar só o que é necessário, só o que se faz importante e diferente, apenas aquilo que eu não conseguiria ver se estivesse dormindo em cima de mim mesma e negligenciando assim o que realmente eu sonho, o encanto de todas as cores modificadas pelos ângulos utilizados pelos olhos pra apreciar o mar. Eu acordo o mar, eu durmo o mar, eu sonho todas as suas águas tocando meu corpo devagar e convidando-me pra encarar uma imensidão desconhecida, como se eu fosse um barco velho, prestes a quebrar inteiro, mas estivesse feliz por saber que se me partisse em mil pedaços, esses pedaços seriam agora misturados aos mil céus que refletem no oceano, que refletem em mim mesma e no que eu sinto vontade de ser quando imagino centenas de ilhas que me esperam. Ilhas a milhas de distância, que não são nada quando comparadas a uma vida toda pra nadar e encontrá-las. Porque eu sou mar, no fundo, no fundo eu tenho muita riqueza aliada a territórios desconhecidos em busca de descobrimento. Descobrimento e Descoberta. Tudo muito coberto quando vou dormir, porque quando estou protegida pelos lençóis feitos de água eu aguardo tudo que me embrulha e assim guardo todo o pacífico em mim, afogo-me e morro pra metade da superfície terrestre.

“Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas foi nele que espelhou o céu. ’’

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