segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ao meu redor, silêncio

A regra é clara e segundo ela eu já deveria estar dormindo, indo, sonhando ou simplesmente descansando a parte física do corpo. O problema é que a maior parte de mim é delicadamente escura, sombreada, indecisa e insiste em quebrar toda a nuance branca da regra, da autoridade dos sonhos, e então me faço acordada, me ouço com os olhos abertos e sinto-me pensando - de um jeito meio confuso, mistificado, talvez até desajeitado – em todas as anáforas dos últimos dias, onde o difícil se mostrou fácil em uma fração de segundos, tão pequena, que mal deu pra perceber sua facilidade, mas ela fez uma grande diferença, ou pelo menos aparentou fazer. Aparências. Elas realmente são tão efêmeras quanto uma notícia sensacionalista no jornal, passam e sensibilizam na mesma agilidade com que desaparecem das nossas mentes. E quer saber o que fica? Detalhes. O rastro de palavras que sem querer escaparam de algum dicionário íntimo e não se deixaram desperceber, o abraço, sensível, que desculpou quase obrigatoriamente aquela despedida inconveniente, o sentimento, complicado, que se formou em alguma lua e sem querer saiu de órbita, querendo algo bem maior que um planeta, querendo um universo, uma alma em transformação.


O sentido da vida é exatamente a beleza de suas particularidades. O sentido da minha vida, eu ainda não sei, o fato é que eu simplesmente gosto da angústia doce de sentir todas as minúcias, silenciosas, frágeis, incríveis. Essa música disfarçada com um cheiro de dia novo, de hortelã, de simplicidade que me faz, me constrói e me rouba de mim.

4 comentários:

Heitor Lima disse...

Hello!
Caraca, que post massa! Gostei ainda mais daqui.
Estou seguindo ;*

bianca g. disse...

Bom texto!
voce escreve bem, viu.
mas voce ja deve saber, rsrsrs
Beijios

Patrícia Melo disse...

Nossa! Escreve muito bem, hein?
Gostei demais!

Parabéns ~

Anônimo disse...

Muito lindo,Amei esse lugar!!!!
Uhúúú,seguindo!!!

Postar um comentário

 
;